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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SER MÃE DE MENINO - Texto de Lila Rosana - O melhor texto que li desde que me descobri mãe de meninO ... ainda mais nos tempos de hoje.


O texto é longo mas cada palavra é muito bem colocada, totalmente coerente e um abraço quentinho para quem esta ou estava confusa assim como eu.

Uma amiga, que está grávida de quatro meses, descobriu-se mãe de um menino quando pensava que seria mãe de sua segunda menina. Surpresa está se perguntando e me perguntou: como é ser mãe de um menino? Eu lhe respondi que é uma experiência maravilhosa. Ri quando ela me fez a sua segunda pergunta: mais maravilhosa que ser mãe de uma menina? Bem, aí eu não sei responder, pois não sou mãe de uma menina (pelo menos por enquanto), mas o que eu quero dizer é que ser mãe de um menino é diferente e pode ser tão gostoso quanto.

  

Essa amiga me inspirou para escrever sobre a arte, a beleza, a delicadeza e a responsabilidade de ser mãe de um garotinho. Sou mãe de um e simplesmente adoro. Nós brincamos juntos, saímos para passear, assistimos DVD, viajamos, vamos ao cinema, a parques, etc. Com os meninos podemos fazer muitas coisas legais!

O meu filho é um garoto muito sensível, com muita percepção de si e do outro, assim como da natureza. Comento isso não para elogiar publicamente o meu bambino, mas para exemplificar que sensibilidade, empatia e percepção são potenciais que precisamos ajudar a desenvolver em nossos filhos e nos meninos em especial, pois os nossos garotos sofrem com uma educação machista e eles precisam muito de amor, delicadeza e sensibilidade tanto quanto as nossas garotas.

É importante lembrar que num tempo não tão distante assim, nascer um menino era uma benção e uma menina uma falta de sorte. Ainda bem que as coisas mudaram um pouco no contexto cultural, mas, ainda hoje em alguns países meninas podem ser vendidas, abandonadas, etc. Você deve estar se perguntando por que estou falando sobre isso quando o tema é ser mãe de menino? Aí é que está a questão. Ser mãe de menino é, além de tudo, uma grande responsabilidade social, pois os meninos também estão sofrendo com esse formato de educação permeada pela insensibilidade e autoritarismo que damos a eles. Para termos um mundo melhor, precisamos criar e educar filhos mais felizes, saudáveis e sensíveis diante da dor do outro, para este último damos o nome de empatia (colocar-se no lugar do outro). Ensinar empatia é algo fundamental e indispensável na educação de nossos meninos.

Percebo nas mães a sensação de prazer em ser mãe de uma menina. Elas falam do companheirismo e da amizade que as filhas podem proporcionar e do receio em ser mãe de meninos pelo motivo contrário. Eu particularmente conheço muitos meninos companheiros e amigos de seus pais. Eles são assim se o educarmos para serem assim.
O que acontece é que a educação dos meninos está recheada de preconceitos e tabus*, pois muitos pais têm medo de educar seus filhos homens com delicadeza e sensibilidade por receio de se tornarem femininos, delicados ou sensíveis demais, como se homens não o pudessem ser.

Nos EUA foi feita uma pesquisa curiosa sobre como lidamos emocionalmente diferente com meninos e meninas. A pesquisa foi feita em uma maternidade e consistia em vestir os bebês meninos com roupa cor de rosa e os bebês meninas com roupa azul. As pessoas que visitavam os bebês pegavam as supostas meninas vestidas de cor de rosa, no colo e com muita delicadeza faziam voz macia, gesto delicado, diziam frases sensíveis para expressar carinho, etc. As pessoas que pegavam os supostos bebês meninos vestidos de azul no colo o faziam com menos delicadeza, pois eram meninos, a voz era mais grossa para expressar carinho, os gestos menos delicados e a sensibilidade menos expressa. No final de cada visita, era revelado aos visitantes o verdadeiro sexo dos bebês, o susto era grande e a mudança de comportamento em relação aos mesmos, visível. Essa pesquisa mostra como de fato as pessoas lidam, educam, pensam diferente em relação aos meninos e meninas.

Muitas mães querem ter uma menina para ir às compras, ao salão de beleza, as festas, para enfeitar com coisas legais no cabelo e corpo, etc. Os pais querem um menino para levar para o futebol, para a natação, oficina, etc. As meninas fazem coisas de menina com a mãe e os meninos fazem coisa de menino com o pai, com isso a família vai se fragmentando sutilmente e os valores ficam distorcidos em relação à educação, cultura e amor de pais. No futuro, quando se tornam adultos, a moça não terá muito que fazer, conversar com o pai e o rapaz não terá muito que fazer, conversar com a mãe, não por culpa deles, mas eles aprenderam que era assim: tudo fragmentado.

    

Existe algo que muitas vezes os pais esquecem: que os filhos existem não para atenderem as nossas necessidades, mas para se tornarem indivíduos saudáveis e cumprirem o objetivo que os trouxe à vida. Nós pais precisamos ajudá-los nisso. É a nossa missão! Existe uma frase que sempre digo em oração ao meu filho desde que ele estava em meu ventre “Que você meu filho se torne um homem Honesto, Justo e Bom”. Para mim, honestidade, justiça e bondade, são valores que precisam ser ensinados e valorizados em nossos filhos acima de qualquer outro.

Nós como pais, precisamos refletir sobre quais valores estamos repassando, ensinado aos nossos filhos, e acima de tudo se estamos tendo tempo de ensinar tais valores ou se estamos delegando essa importante e vital tarefa a alguém, pois muitas vezes preferimos ficar até tarde no escritório enquanto alguém ensina o dever de casa ao nosso filho, ou mesmo a tocar piano ou a jogar bola. Como bons e dedicados pais pagamos todas as contas, mas não educamos os nossos filhos. Com isso, perdemos fases preciosas da vida, nossa e deles, momentos valorosos onde podemos construir afeto, união, amor e desenvolver filhos saudáveis.

Na educação de meninos, observo muitos pais tendo uma postura que paira o descaso e chega à irresponsabilidade, permeada pelo seguinte argumento: “É um menino, precisa aprender desde cedo a se virar sozinho e a ser independente e forte, a ser homem. Deixa ele se virar!” Infelizmente é esse tipo de pensamento e educação que está deixando os nossos meninos perdidos, confusos e com conflito de identidade.

Imagine-se no lugar de um menino que em uma idade que precisa de educação, proteção e orientação, é deixado sozinho para aprender, que tipo de menino você se tornaria? Sensível para com a dor do outro? Bondoso? Justo? Provavelmente não, pois esses são valores que precisam ser ensinados por alguém. Quando estamos sós e perdidos, aprendemos com o que está ao nosso alcance, e valores morais não estão tão acessíveis assim no dia a dia.

Os meninos precisam de atenção tanto da mamãe quanto do papai, pois cada um vai passar um tipo de conhecimento ao filho homem. A mãe vai lhe ensinar sobre amor e segurança, acolhimento e sensibilidade. O pai vai lhe transmitir interesses por atividades, competências, habilidades, afabilidade, humor, equilíbrio, masculinidade (que é diferente de machismo). A vida dos meninos caminha melhor quando a mãe e o pai estão por perto educando-o. Quando um deles se ausenta de manifestar calor e afeto, principalmente nos primeiros anos de vida, para suportar a dor e o sofrimento, o menino “desliga” a sua parte mais terna e amorosa, tornando-se uma criança triste ou raivosa, por exemplo.

Um dia escutei de uma mãe desconhecida em uma praça pública, uma conversa que me pareceu absurda. Ela estava com um bebê de aproximadamente seis meses e disse à outra pessoa que não gostava de deixá-lo no colo por muito tempo que isso iria mimá-lo demais, que ela o deixava no berço a maior parte do tempo para ele ir se tornando independente dela. Penso que esta mãe não tinha a intenção de maltratar seu filho, apesar de está-lo fazendo, mas sim que era ignorante na arte de educar uma criança. Abraçar, beijar, cheirar, brincar, rir, criar afeto, vínculo, demonstrar amor nunca é demais, não mima, não estraga filho; o contrário sim!

Para termos filhos meninos ou meninas felizes e saudáveis, precisamos demonstrar carinho, afeto, amor, dizer o quanto eles são importantes. Vamos elogiar sua conquista por menor que pareça para nós, mas para eles, ela deve ter sido enorme. Vamos parabenizar pela nota conquistada, por mais que não tenha sido a desejada, e dizer: “na próxima vez você vai se esforçar mais e vai conseguir uma nota melhor, eu tenho certeza e acredito em você!” Vamos exigir menos e acreditar mais, incentivar mais, cuidar mais, estar mais por perto. Eles com certeza sentem a sua falta.

Ame, beije, abrace seus filhos não importa se eles têm cinco, dez ou quinze anos…

FONTE: http://tribunadoceara.uol.com.br/blogs/lila-rosana/sem-categoria/ser-mae-de-menino/#

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O que trago no peito

Então os dias aqui seguem como diz minha grande amiga Martha "uma montanha russa", mas se eu não registrar o que estou vivendo agora saberemos daqui a muitos anos só da parte feliz sendo que a parte dificil também nos ajuda de alguma maneira.

Vamos por parte ?

ISABELA

Continua sendo a garotinha de 3 anos e meio mais adorável do mundo, por onde passa encanta e surpreende pela inteligência, por algum motivo que ainda não exato "pode ser" o assunto ano que vem muda de escola e vai para o pré, "pode ser" a chegada do irmãozinho, "pode ser" apenas o tal salto de "independência" dos 3 anos, mas o fato é que ela esta canalizando a inteligência dela para as coisas ruins, entre elas desafiar os adultos, fazer birra das piores em locais públicos com o único intuito de enlouquecer os pais sem um motivo real, teve reclamação da escola, teve reclamação da avó que esta sempre defendendo as travessuras, e teve reclamação minha e do pai, mas esta não temos a quem repassar, né ? 

O BABY

Sim ele já tem nome, esta crescendo saudável apesar da médica ter se preocupado com a minha perca de peso, chegamos ao 4º mês de gestação com dores, mal estar, e muito vômito. A minha GO é a pessoa mais fofa do mundo, ela me ouve, ela me entende e me respeita, já falamos sobre o parto e ela apesar de deixar bem claro que não pode assumir a "disponibilidade/ instabilidade" que é o PN me deu a maior força e avaliou o Hospital do Servidor, como uma ótima referencia me deixando um tanto mais tranquila. Estamos/ EU com quase tudo organizado na mente (decoração, enxoval, papel de parede, móvel, lembrancinha) mas poucas coisas realmente compradas, ta certo que não resisto a algo fofo mas estamos bem longe da qualtidade absurda de coisas que ainda teremos que comprar.

EU "por mim mesma"

Nesta gestação me sinto mais bonita, mas na gestação da Isabela me sentia radiante mesmo com mil espinhas pelo rosto, tenho me sentido meio calada e inquieta, o lado bom é que eu me dou a chance de curtir o meu novo momento (pq com a Isabela eu me sentia na obrigação de "desfilar a barriga"), depois de MUITA briga eu e marido nos acertamos e estamos em dias de paz .... que ele não leia esta parte pq ele retruca na próxima briga, mas a grande maioria dos conflitos vinha do meu momento e das minhas preocupações e ele apesar de tentar me ajudar, fazia pela maneira errada e sempre piorava .... O meu lado profissional esta num processo de guinada total com direito a muita gente dizendo "é mais se vc pode, claro que é o melhor" não gente não se trata de poder se trata de colocar em ordem as suas prioridades na vida.

E claro que a minha/ nossa vida não esta separada assim por capítulos e claro que também não se resume a apenas 3 tópicos, mas as vezes a cabeça esta bagunçada e os dias vão passando e eu não quero deixar de registrar nada.

Espero voltar com mais frequência pq este cantinho aqui me trouxe muita coisa boa e é nele que eu sinto pessoas normais e reais, sem mascara e sem tanto sorriso forçado.

Beijos com carinho,

Si....

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

"to legal, apesar disso tudo eu to legal"

Sabe todo aquele papo de que sou uma menina forte ? então, troquei de escola pelo menos 3 vezes durante a infância e de cidade 2 vezes, tempo suficiente para desestabilizar uma menina tímida e cheia de complexos.

Passei uma vida inteira praticamente tendo uma "melhor amiga" e então acho que esta sim foi uma lição valiosa que aprendi na marra, "quem tem um não tem nenhum", amigos são todos bons, mesmo cada um com seu "defeito", quanto mais melhor.

Me envolvi de corpo, alma e coração aos 16 anos com alguém quem sem dúvida não valeu a pena, mas toda a minha insegurança e falta de ponto de referencia me amarrou aquela situação de amor e ódio por 5 anos. Claro que tanto tempo depois o único sentimento que ainda resta deste assunto é a minha filha, como eu poderei fazer diferente para ela não se sujeitar a ter um "amor" que te destrói apenas para "ter alguém" e não se sentir só.

Passei um longo período dentro da igreja e percebi infelizmente que é mais ou menos assim "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço" e daí para justificar o povo (que óbvio tem muita gente abençoada e entregue de alma na causa e óbvio que não é destas pessoas que estou falando) mas para justificar tanta tranqueira e atitudes ruins repete "a igreja é feita de seres humanos" e eu até acho que é exatamente isso, mas a partir do momento que a pessoa erra, permanece no erro e se esconde a traz do "perdão de Deus" ela esta querendo tapear alguém e não é Deus pq Este tudo sabe tudo vê.

Já tentei fugir dos problemas, das pessoas e das decepções vividas da pior maneira suicídio nunca resolve nada, ele até te ajuda a fugir da situação, mas hoje olho para o meu lar, minha filha, este segundo coraçãozinho que bate dentro de mim e claro o marido abençoado que eu recebi e eu me arrependo e peço perdão a Deus.

Fazem mais ou menos 10 anos que eu venho lutando pela tão sonhada estabilidade, não consegui pq o que me parecia estável até fevereiro do ano passado já não me preenche hoje, ter que abandonar, olhar para frente e dar um passo rumo ao desconhecido assusta, mas esta inquietude que realmente nasceu comigo de querer e buscar sempre o melhor para mim e para os meus me move, me orienta e me traz paz.

Um passo de cada vez afinal de contas, não há tristeza que dure para sempre, nem felicidades que nunca se acabe.