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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O que trago no peito

Então os dias aqui seguem como diz minha grande amiga Martha "uma montanha russa", mas se eu não registrar o que estou vivendo agora saberemos daqui a muitos anos só da parte feliz sendo que a parte dificil também nos ajuda de alguma maneira.

Vamos por parte ?

ISABELA

Continua sendo a garotinha de 3 anos e meio mais adorável do mundo, por onde passa encanta e surpreende pela inteligência, por algum motivo que ainda não exato "pode ser" o assunto ano que vem muda de escola e vai para o pré, "pode ser" a chegada do irmãozinho, "pode ser" apenas o tal salto de "independência" dos 3 anos, mas o fato é que ela esta canalizando a inteligência dela para as coisas ruins, entre elas desafiar os adultos, fazer birra das piores em locais públicos com o único intuito de enlouquecer os pais sem um motivo real, teve reclamação da escola, teve reclamação da avó que esta sempre defendendo as travessuras, e teve reclamação minha e do pai, mas esta não temos a quem repassar, né ? 

O BABY

Sim ele já tem nome, esta crescendo saudável apesar da médica ter se preocupado com a minha perca de peso, chegamos ao 4º mês de gestação com dores, mal estar, e muito vômito. A minha GO é a pessoa mais fofa do mundo, ela me ouve, ela me entende e me respeita, já falamos sobre o parto e ela apesar de deixar bem claro que não pode assumir a "disponibilidade/ instabilidade" que é o PN me deu a maior força e avaliou o Hospital do Servidor, como uma ótima referencia me deixando um tanto mais tranquila. Estamos/ EU com quase tudo organizado na mente (decoração, enxoval, papel de parede, móvel, lembrancinha) mas poucas coisas realmente compradas, ta certo que não resisto a algo fofo mas estamos bem longe da qualtidade absurda de coisas que ainda teremos que comprar.

EU "por mim mesma"

Nesta gestação me sinto mais bonita, mas na gestação da Isabela me sentia radiante mesmo com mil espinhas pelo rosto, tenho me sentido meio calada e inquieta, o lado bom é que eu me dou a chance de curtir o meu novo momento (pq com a Isabela eu me sentia na obrigação de "desfilar a barriga"), depois de MUITA briga eu e marido nos acertamos e estamos em dias de paz .... que ele não leia esta parte pq ele retruca na próxima briga, mas a grande maioria dos conflitos vinha do meu momento e das minhas preocupações e ele apesar de tentar me ajudar, fazia pela maneira errada e sempre piorava .... O meu lado profissional esta num processo de guinada total com direito a muita gente dizendo "é mais se vc pode, claro que é o melhor" não gente não se trata de poder se trata de colocar em ordem as suas prioridades na vida.

E claro que a minha/ nossa vida não esta separada assim por capítulos e claro que também não se resume a apenas 3 tópicos, mas as vezes a cabeça esta bagunçada e os dias vão passando e eu não quero deixar de registrar nada.

Espero voltar com mais frequência pq este cantinho aqui me trouxe muita coisa boa e é nele que eu sinto pessoas normais e reais, sem mascara e sem tanto sorriso forçado.

Beijos com carinho,

Si....

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

"to legal, apesar disso tudo eu to legal"

Sabe todo aquele papo de que sou uma menina forte ? então, troquei de escola pelo menos 3 vezes durante a infância e de cidade 2 vezes, tempo suficiente para desestabilizar uma menina tímida e cheia de complexos.

Passei uma vida inteira praticamente tendo uma "melhor amiga" e então acho que esta sim foi uma lição valiosa que aprendi na marra, "quem tem um não tem nenhum", amigos são todos bons, mesmo cada um com seu "defeito", quanto mais melhor.

Me envolvi de corpo, alma e coração aos 16 anos com alguém quem sem dúvida não valeu a pena, mas toda a minha insegurança e falta de ponto de referencia me amarrou aquela situação de amor e ódio por 5 anos. Claro que tanto tempo depois o único sentimento que ainda resta deste assunto é a minha filha, como eu poderei fazer diferente para ela não se sujeitar a ter um "amor" que te destrói apenas para "ter alguém" e não se sentir só.

Passei um longo período dentro da igreja e percebi infelizmente que é mais ou menos assim "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço" e daí para justificar o povo (que óbvio tem muita gente abençoada e entregue de alma na causa e óbvio que não é destas pessoas que estou falando) mas para justificar tanta tranqueira e atitudes ruins repete "a igreja é feita de seres humanos" e eu até acho que é exatamente isso, mas a partir do momento que a pessoa erra, permanece no erro e se esconde a traz do "perdão de Deus" ela esta querendo tapear alguém e não é Deus pq Este tudo sabe tudo vê.

Já tentei fugir dos problemas, das pessoas e das decepções vividas da pior maneira suicídio nunca resolve nada, ele até te ajuda a fugir da situação, mas hoje olho para o meu lar, minha filha, este segundo coraçãozinho que bate dentro de mim e claro o marido abençoado que eu recebi e eu me arrependo e peço perdão a Deus.

Fazem mais ou menos 10 anos que eu venho lutando pela tão sonhada estabilidade, não consegui pq o que me parecia estável até fevereiro do ano passado já não me preenche hoje, ter que abandonar, olhar para frente e dar um passo rumo ao desconhecido assusta, mas esta inquietude que realmente nasceu comigo de querer e buscar sempre o melhor para mim e para os meus me move, me orienta e me traz paz.

Um passo de cada vez afinal de contas, não há tristeza que dure para sempre, nem felicidades que nunca se acabe.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Dias melhores para sempre *-*

Eu confesso que ainda me pego pensando em como serão as coisas depois que o baby nascer, não sei é um misto de sentimentos e o não permitir a minha pequena perder a sua "exclusividade" ou pelo menos não só perder, perder e perder.

São desde as pequenas coisas, a exemplo este texto que já não fala exclusivamente mais dela e para ela e sim da gente, talvez de mim, ai ai tanta coisa, mas não são lamentações apenas excesso de preocupação típicas de uma mãe.

Hoje o baby (que é um menino e por mim já esta definido com nome, mas como o pai ainda não aceitou estou chamando de baby mesmo) já esta inserido dentro de mim (hahaha piada né ?) na verdade dentro da minha alma, eu já respiro este serzinho tão pequeno, tão meu amigo, meu pequeno dos olhinhos de jabuticaba, o papai esta apaixonado tanto quando foi com a pequena Isabela, mas agora tem algo dentro da gente que torna toda esta fantasia da gestação realidade (eu sei complexo), a Isabela já não esta tão arredia com o assunto, mas vira e mexe quer comprar tudo rosa, para quem sabe mudar o destino, mas eu sei que ela será a melhor irmã do mundo.

Eu ainda não sei explicar, mas a sensação é de que depois de nadar horas, meses e anos eu finalmente estou no momento da calmaria, claro que pouco antes passei pelo olho do furacão e por um pouco eu acreditei que não conseguiria passar esta fase, para ser exata o momento critico durou 1 ano, muito né ? Agora sim, parte resolvida, parte com metas e perspectivas, parte confiante, feliz e espero finalizar com um "realizada".

Bom por enquanto eu não posso dizer nada ao certo, mas eu precisava voltar e agradecer os abraços recebidos no post anterior, as manifestações de carinho que tenho recebido de quem estar perto se não de corpo certamente de alma.

Eu volto, espero em breve e com muito mais boas noticias.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Talvez um testemunho de vida ... Talvez apenas magoas

PAUSA .... este é apenas um registro de "magoas" para ver se quem sabe limpo a alma" DESPAUSA

Por algumas vezes minha grande amiga Martha questionou o "abandono" ao blog e o pq de não registrar todo o turbilhão de sentimentos que venho passando, afinal de contas é um momento da minha vida que não volta mais. Fiquei com dúvidas, relutei, até mesmo pq não gosto de reclamações sem fim, mas talvez fique um buraco nesta história quando algum dia minha pequena for ler estes registros (afinal de contas, tudo isso é para ela, com a intensidade do momento).

Para falar a verdade eu ainda não sei por onde começar, talvez desde o dia que nasci (minha mãe dizia que eu tinha choro de gente forte e por isso nunca me deu muita atenção, esta sempre foi a justificativa dela). Mas se eu for me alongar neste tanto eu não vou chegar no que vem acontecendo hoje, 30 anos depois.

Estou a 10 anos em um emprego, para quem olha de fora o melhor do mundo, e já cheguei a ouvir que eu estou no cargo mais privilegiado, talvez sim, mas não hoje, não no momento que a vida chegou, neste meio tempo eu tive mais uma e talvez a pior briga de todas com a minha mãe e em uma fuga desesperada eu sai de casa dizendo nunca mais voltar (ela não foi me procurar e eu tive que manter minha palavra), namorado apaixonado decidiu que ficaria ao me lado para sempre, alugamos uma casinha, compramos tudo num crediário nas Casas Bahia, comemos muita comida ruim e revezamos o nuggtes e a batata frita congelada por muitos anos, parte deste emprego eu também estive em uma faculdade, marido cuidava de tudo em casa e ainda cuidava de mim por muitas vezes histérica, e este ciclo foi longo e cansativo, até que veio a minha pequena Isabela, ultimo ano de faculdade "o que fazer ?", sou comprometida demais para abandonar, afinal de contas a faculdade não era só para mim, era para o crescimento da nossa família, quantas e quantas vezes cheguei por volta das 11 da noite e ainda ia para o pronto socorro pq a pequena estava com cólica ou dente nascendo ou uma febre qualquer que enlouquece pai e mãe de primeira viagem e como tínhamos apenas 1 carro esta era a nossa realidade, chorava ela e chorava eu.   

O tempo passou, eu me formei, chorei, senti orgulho de mim, marido chorou, sentiu orgulho de mim, afinal de contas era uma vitória nossa, minha pequena com 1 aninho já e muitos momentos que nunca mais voltaram e que eu nunca mais vou ter (como os primeiros passinhos que eu não vi).... então é isso o tempo passou, você entende, o tempo passou, meus pais estavam na formatura a esta altura eu já tinha feito de tudo para recomeçar uma vida e esta nova vida não seria completa sem meus pais. Mas a vida é cheia de linhas tortas e veio a menopausa da minha mãe e junto com ela a depressão, eu me desdobrei, me mostrei forte, acompanhei ao médico, peguei no pé pq remédio tem que ser tomado sempre e não só quando dá as crises, fugi do serviço sem olhar para o lado todas as vezes que ela estava tendo algum "ataque histérico", mimei com coisas materiais e guloseimas, tentei facilitar o fardo e me mostrei aquele bebê forte que ela sempre disse que sou .... dentre as muitas frases "absurdas" uma é "eu sempre fui fraca, desde sempre, você não você é uma menina forte, me desculpe não ter sido a mãe que você merecia, mas eu nunca prestei para nada mesmo".Eu sempre, sempre, sempre com palavras do tipo "imagina você sempre deu o seu melhor", mas existem tantas pedrinhas ao longo do caminho, que alguma hora por mais que você preste atenção, uma hora você tropeça, e o nosso tropeço veio no dia que eu descobri que estava gravida do meu garotão, fazem apenas 4 meses que dei a noticia e nosso telhado de vidro foi atingido por alguma daquelas tantas pedras deixadas no caminho, ela diz que ficou em choque (e deve estar até hoje pq NADA mudou), não recebi um abraço, o único comentário que talvez ela nem se lembre mais foi "se você realmente estiver gravida, coisa que eu não acho, você esta esperando um menino, e vai se um menino feio" o assunto "baby" incomoda ela e eu percebo isso, ela tenta não participar, como ela mesma disse em uma das tantas ligações "ela não tem amor para dar a este baby, tivemos mais uma das tantas brigas, ela como sempre uma vitima, uma pessoa fraca e eu mais uma vez gritando enlouquecida pela simples falta de um apoio materno neste momento.

Vieram as férias, Ilhabela é perfeita, aluguei uma pousada para meus pais, (irmão, cunhada e sobrinhos também estavam conosco) pousada pq no flat que ficamos a reserva mínima era de 7 dias e eles foram passar apenas o final de semana, descemos em carros separados no sábado, eu demorei muito mais para chegar (sem presa talvez afinal de contas teríamos lá 7 dias), soube que meus pais estavam descansando (respeitei), a noite eu soube que minha mãe estava em mais um ataque histérico de que odeio ela, de que eu não queria que eles tivessem ido e nada tirava isso da cabeça dela, voltei para o flat (com marido a pequena e meu irmãozinho) e me senti perdida, tendo mais uma vez que ser forte pq as crianças não tem nada com isso, acordamos, eu respirei fundo, era aniversário do marido, ligamos para o meu pai que disse já estar atravessando a balsa para voltar para SP pq minha mãe não estava bem (liguei no rádio, estava no viva voz, e eu falei muito do que estava entalado na minha garganta, não adiantou, mais uma vez voltei para o flat, desta vez eu chorei horrores e mais uma vez eu tinha que ser forte, as crianças já tinham presenciado muito mais do que mereciam, conversei com eles e disse que se eu estragasse o passeio deles e o niver do marido eu estaria sendo igual a ela, irmão cunhada e sobrinhos chegaram e fomos passear de lancha, foram dias lindos, com o coração inquieto eu confesso mas de certo modo feliz.

A volta a realidade/ rotina é um pouco mais complicada pq existe o reencontro, e depois já vem o Natal e por mais que eu sempre sonhei com um Natal destes com toalha vermelha, presentes em baixo da arvore, o amor estampado nos rostos, eu nunca tive, eu sempre senti que forcei um pouco as comemorações "tem que ter, vamos fazer, e se a gente comprar tal coisa", este ano deixei para sentir se seria convidada e não fui, ficamos em casa, confesso que foi triste, para mim, pq o Filipe nunca teve mas tb não liga e a Isabela estava dormindo a algum tempo já.

E eu ainda nem estava recuperada quando chegou o ano novo e se eu acreditasse em superstição eu diria que vou passar 2014 chorando, na hora exata dos fogos, da janela do quarto dava para ver a cidade em festa, marido abraçado a mim e eu sentindo uma tristeza sem fim, a Isabela seguindo a rotina já dormia a muito tempo, o ano virou e eu decidi que era a hora de mudar TUDO o que me incomodava, eu confesso não esta sendo fácil, parte das minhas decisões já estão em pratica, eu continuo chorando dias e noites, mas eu estou confiante de que logo eu alcanço meus objetivos, a vida não é fácil e eu sei disso acho que desde sempre, a pergunta que eu me faço constantemente é pq e como chegou neste ponto .... mas eu sou forte, lembra ? Deus esta comigo e acho que este é aquele momento na canção em que só existe 1 pegada na areia.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Mais ou menos um quebra cabeça

Minha pequena Isabela,

Eu não sei ao certo o que escrever, poderia ignorar o momento e dizer apenas quanto foi maravilhosa nossas férias em Ilhabela (flat perfeito, praia perfeita, passeios de lancha, caiaque, stand up, piscina, castelinho de areia, as buscas pelas tartarugas marinhas, comidinhas e guloseimas, enfim), dizer o quanto me apaixono por você todos os dias mesmo estando num momento de muita irritabilidade e intolerância você é meu equilíbrio, é meu ponto de referencia, minha menina sapeca levada da breca faz viagens longas como nossa ultima ida ao RJ este final de semana e não reclama, não da trabalho, encanta a quem conhece com tanta simpatia.

Mas hoje eu tinha que escrever sobre como tudo tende a mudar, como isso me assusta, eu me lembro de uma série de postagem da Nine quando ela estava a espera do Pedro (acredito que a Isis tinha mais ou menos a sua idade) eu não sei ao certo o pq de toda aquela preocupação com a primogênita mas ela sempre dizia e repetia em como o amor dela pela pequena era maior do mundo então o pequeno infante dela nasceu em parto lindo e claro que o amor tb transbordava ..... tudo isso para dizer que eu não sei ao certo qual era a preocupação dela, que eu não sei ao certo o que aconteceu naquela fase pela complexidade de estreitar relações virtuais MAS eu sei que tudo ficou lindo ao final .... 

Esta certo eu não estou escrevendo tudo isso para nada é pq assim a ideia de se ter outro baby veio do seu desejo de ter uma irmãzinha, papai e mamãe avaliaram todas as condições e tudo aconteceu, mamãe esta com 12 semanas de gestação, desde o positivo que vc diz para o mundo todo que vai ter uma irmãzinha e então a mamãe ganhou de presente a sexagem fetal e ontem descobrimos que o baby que esperamos é um meninO, você chorou, relutou com a noticia, argumentou como se eu pudesse mudar aquele fato, mas não.

Me sinto confusa e com medo, muito medo, pq ? não sei ....

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

E que venha 2014 pq certamente teremos momentos especiais

Restaurante preferido, chego e digo que vou ao banheiro, peço ao garçom que leve o embrulho, e quando volto marido esta com lágrimas no rosto todo...













Isabela ? Esta enlouquecida com a ideia e não passa um dia sem dizer enquanto acaricia minha barriga "OI LINDINHA" .... ela pediu de presente pro Papai Noel uma irmãzinha, vamos aguardar alguns meses e descobrir o que o Papai do Céu decidiu sobre o sexo do baby. 

Boas férias, boas festas e que 2014 seja tão emocionante quanto promete (pelo menos por aqui).

Beijos

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Baseado em fatos reais

Pequenina tão linda, tão brava, tão minha e tão eu .....

Esta foi uma semana difícil, você ficou e esta doente e se Sinusite maltrata quando se é adulto imagina meu coração de mãe vendo você tão pequenina e tão debilitada.

Me peguei pensando estes dias por varias vezes enquanto te observava dormir, você ainda é um bebê, o fato de ser tão esperta, falante e por vezes argumentativa e persuasiva nos faz esquecer.

Naquela noite onde seria apenas mais um teste de gravidez que daria negativo e automaticamente a "miss red" viria, não foi assim, eu me lembro de não conseguir acreditar enquanto olhava as duas listrinhas vermelhas do teste, a alegria do papai me dava mais medo ainda (de não ser capaz de gerar um filho, de não ser a mãe que eu sempre sonhei, de não saber fazer as papinhas e quem já esteve gravida sabe bem como o mundo sai de sintonia neste momento).

Foram 42 semanas (sim você nasceu de PN apenas 1 dia antes da cesárea e logo eu que li tanto sobre partos e me sentia tão bem com o assunto, sequer imaginei que aquilo tudo era o trabalho de parto). Enfim 42 semanas de euforia (com as roupinhas/ presentinhos/ estranhos me olhando com um sorrisinho que não conseguiam disfarçar/ a descoberta de que você era a minha tão desejada garotinha) e de medo (das agulhas para exames/ da incerteza pelo parto/ do descaso até a efetiva briga com a minha GO/ da decepção quando recebi o positivo para estreptococos).

Então que após 5 horas em trabalho de parto, estávamos a caminho da maternidade, uma música martelando na minha cabeça que na época nem era a minha preferida e nem sei de onde saiu pq o rádio estava desligado mas que hoje 3 anos e 4 quase 5 meses depois fazem tanto sentido "que ainda é tempo pra viver feliz ..." e que basta ouvir seja onde estiver que me lembro com riqueza de detalhes daquela manhã fria.

Não gritei, não chorei, não respondia as perguntas, não me lembro do Filipe na sala de parto a menos quando ele disse a besteira "tinha neném mesmo" ... não aconteceu comigo nada do que tanto li sobre "o amor transbordar quando vi aquele serzinho, coraçõezinhos brotando dos meus olhos, e nem fogos de artifícios .... nada ..... nada.

Eu estava assustada, eu não permiti visitas numa tentativa tola de não demonstrar a minha insegurança, eu fiquei distante (o Filipe conta que nesta hora eu ainda não respondia a qualquer pergunta).

Fomos para casa e eu nem sei se era capaz emocionalmente de cuidar de algo tão precioso, uma pessoinha que me ensinou tudo o que sei sobre amar o próximo, cuidar despretensiosamente, e entrega de corpo, alma e coração.

Você foi crescendo e claro que no inicio tudo é mais intenso, a primeira fruta e as caretas com o sabor da laranja, a primeira "refeição" e a mãozinha que teima em bater no pratinho e claro voar papinha para todo lado, aquele sorriso banguela, o cabelo que teimava em não crescer e aquela porção de fitas e presilhas que nunca foram usadas, quando as roupinhas começaram a não servir, toda sua euforia na primeira vez vendo o mar, enlouquecida batendo as perninhas quando via as ondas se aproximando, as primeiras travessuras espalhando o pacote de farinha de trigo da vó pela cozinha, depois os passinhos tão desengonçados, as primeiras palavrinhas, a primeira frase e hoje já até argumenta UFA como passou rápido.

Hoje uma linda garotinha, toda vaidosa (ama vestidos, bolsas, batom e esmalte), com apenas 3 aninhos insiste que deseja casar e ter um amor verdadeiro .... ai ai minha bonequinha, ainda se tem tanto para viver.

Sabe aquela canção do dia do parto ? "que ainda é tempo pra viver feliz ..." pois então era isso mesmo, depois de tanto que já passei até chegar aqui e o papai então nem se fala, hoje ainda estamos aprendendo mas sem dúvida, muito MUITO mais feliz.

Eu sempre pensei que um filho vinha para completar uma família, hoje eu teimo em dizer que para mim você veio para nos transformar finalmente em uma. E é engraçado pq tanto me preocupei em como eu seria como mãe, em tudo que eu tinha obrigação de te ensinar para a vida e aí a vida vem e me mostra que é você quem nos ensina a cada dia.

Amo você daqui no Japão ida e volta três vezes (como você tanto gosta de dizer).